sábado, 10 de maio de 2014

Saudades sempre

Sempre fui taxado por aí como um sujeito radical, muito centrado em mim mesmo. Com o passar dos anos e analisando as críticas, cheguei à conclusão de que , em partes, muita gente estava certa. Não vou colocar em texto nem uma vírgula sequer da vida pessoal, mas vou me ater à música, às influências, ao circuito que permeou a minha vida inteira e que mesmo fora do circuito sei que quando as pessoas se referem a mim, o assunto é música.
Pois bem. Sempre fui inquieto,um pesquisados musical, buscando nos simples riffs o encanto, aquilo que realmente chama a atenção, que emociona, enfim, o que não é convencional e ao mesmo tempo  pop. Parece uma engenharia mental difícil, mas não é. Ouço música com atenção desde criança e, depois das últimas baixas, com a morte de alguns ícones , decidi matar minhas saudades.
JAIR RODRIGUES, O ETERNO
   Fiquei absolutamente triste com a perda desse cara. Desde muito cedo aprendi a gostar dele.Minha mãe o amava. Ele era divertido,invadia os programas de televisão e literalmente assaltava o palco, colocava todo mundo pra dançar,sem contar que fazia um som sensacional, com raízes profundas. Buscava o âmago do samba, da música sertaneja, tinha um gogó espetacular e, sim, peitava o sistema de tal forma que fazia da interpretação um tapa na cara da ditadura. Refiro-me , claro, à brilhante aparição dele no Festival da Record,em 1966, cantando "Disparada", um hino, música do marginalizado Geraldo Vandré, um dos grandes compositores deste país, judiado demais pelo sistema. Jair ia pras câmeras e pouco se lixava, defendia Vandré com amor e emoção e peitava o sistema. E agradava ! Além do mais, Jair , o "cachorrão", santista juramentado, amigo de Pelé, mandava demais no samba. Ouça a interpretação de "Deixa isso pra lá " Veja ainda "Disparada".Quanta emoção!. O som vinha do fundo do coração, algo que busco na música a vida inteira.

     Não vou concluir esta história.Jair Rodrigues merecia um livro, cheio de histórias instigantes e trilha sonora formidável. Como o assunto é saudade, deixo aqui minha pequena homenagem a este gênio da simplicidade, um cara como qualquer um de nós, simples, alegre, feliz. O céu, verdadeiramente, está em festa!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

De volta ao planeta

Peebles, night for ya. Tivemos um final de semana absolutamente fantástico, revisitando amigos, tocando sons do arco da velha e descobrindo como ainda somos capazes de emocionar as pessoas. Isso é de um prazer inenarrável. Fora isso, precisamos repercutir algumas coisas importantes. Todos sabem que gosto de música, futebol e  tudo o que é efervescente no meio cultural, desde um bom livro a um filme lado B  para assistir, ou de tomar algum líquido diferente, tipo cerveja com sabor de café.
Pois é. No último final de semana me deparei com um disco de um cara que adoro: Ben Watt. A parte do que anda rolando por aí,  o cara-metade da maravilhosa banda Everything But The Girl lançou um disco novo, Hendra. Confesso que me decepcionei. Mais de 30 anos de estrada, viagens pelo jazz e pela eletrônica e ótimos trabalhos de deep house, encontrei um trabalho melancólico. Bonito,porém cansado, cheio de referências pra lá de tediosas.
Vale pelo registro, mas não gostei do trabalho. Ando esperando por algo que talvez não exista nesses caras mais, ou seja, tesão pela música. Lamentável !

INDIE , MAIS DE  20 ANOS DEPOIS

     Nesse final de semana fui convidado e toquei numa casa noturna. Minha missão era desenterrar hits dos indies dos anos 1990. Toquei Ride, Charlatans, Inspiral Carpets, passeando pelo Grunge, com Alice in Chais, Nirvana, Mudhoney, etc., ou seja, músicas pra lá de matadoras nas pistas. Fiquei feliz om o repertório, mas descobri que, mesmo com  tanta ênfase com que essas bandas brilharam nos anos citados, o povo, mesmo o das antigas, ainda ignora esses sons. Falta cultura musical , infelizmente.
Por hoje é só !!!"!